O “Cérebro Límbico”
Em nosso cérebro, existe um área conhecida como sistema límbico. Essa parte é responsável basicamente por controlar as emoções e comportamentos sociais, é a nomenclatura atribuída às estruturas cerebrais que coordenam o comportamento emocional e impulsos motivacionais.
Da mesma forma como o reptiliano, funciona como um HD, que arquiva todas as suas emoções da sua história de vida. Todos nós, temos desde a infância um gigantesco banco de memórias prontas a serem usadas por esse cérebro que não tem inteligência intelectual. Sua inteligência é apenas emocional.
Quem fez a descoberta deste sistema é o anatomista James Papez, que tentava localizar no sistema nervoso as bases ligadas à emoção. Papez percebeu que as regiões eram conectadas, formando um circuito, conhecido hoje como “Circuito de Papez”. Mas o sistema límbico, tal e como o conhecemos hoje, foi conceitualizado pelo fisiólogo MacLean em 1949. Ele ampliou a conceitualização primária desse sistema que Papez iniciou em 1939, dando seu nome atual.
Talvez pela intensa malha de conexões entre a área pré-frontal e as estruturas límbicas tradicionais, a espécie humana é aquela que apresenta a maior variedade de sentimentos e emoções. Embora alguns indícios de afetividade sejam percebidos entre os pássaros, o sistema límbico é mais evoluído nos mamíferos, sendo praticamente inexistente em répteis e anfíbios e em todas as outras espécies que os precederam. Aliás, no dizer de Paul MacLean, fica difícil imaginar um ser mais solitário e emocionalmente mais vazio do que um crocodilo.
Por ser um sistema é composto por várias estruturas localizadas na base do cérebro, é o responsável pelas nossas respostas emocionais e podemos vê-lo em ação por exemplo, quando nosso cão abana freneticamente a cauda por nos ver voltar do trabalho ou quando ao assistir uma partida de futebol gritamos desesperadamente com uma televisão por causa de um “pênalti claro” não dado pelo juiz. É esta parte do cérebro que associa bons sentimentos a memórias positivas e maus sentimentos a memórias negativas.
Enquanto o cérebro reptiliano nos afasta automaticamente de estímulos negativos e nos aproxima de estímulos positivos que vêm programados instintivamente, o límbico dá-nos emoções para que possamos desenvolver rapidamente uma resposta apropriada a uma nova situação que possamos encontrar. Por exemplo:
Imagine que ao a andar pela rua, você ouve um estrondo um pouco mais alto que o estouro de um balão. Se você só tivesse o cérebro reptiliano, sempre que ouvisse um estouro semelhante, se assustaria e provavelmente fugiria dali o mais rápido que pudesse.
Com o cérebro límbico, sua reação seria diferente se depender do que acontece a seguir ao estouro do balão. Se sempre que um balão estourasse e viesse alguém para lhe entregar uma nota de 50 reais (memória positiva) você ficaria muito contente (emoção positiva) e iria mudar o seu comportamento na próxima vez que isso acontecesse.
Ou seja, o cérebro límbico através das emoções, lhe permitiu desenvolver uma resposta mais adequada à situação. Ao contrário do cérebro reptiliano que mesmo que passasse por essa situação 50 vezes, iria sempre fugir independentemente de haver a tal recompensa de 50 reais, isto porque o cérebro reptiliano não tem emoções nem outra ferramenta que lhe permita adaptar-se às situações reagindo sempre da mesma forma porque é o cérebro base e básico.
As emoções são ferramentas em que nós nos apoiamos para decidir o que fazer numa dada situação sem dependermos 100% da resposta física automática e inconsciente do cérebro reptiliano.
Evitamos pessoas que nos magoam, sentimo-nos enojados por comidas que nos deixam doentes, expressamos gratidão por quem nos ajuda e nos sentimos confiantes quando fazemos coisas que sabemos fazer muito bem.
Na verdade, o cérebro límbico é uma espécie de “fábrica de químicas” porque as emoções não passam disso mesmo: Reações químicas que acontecem no cérebro e na corrente sanguínea.
O medo, por exemplo…
Você sente medo porque seu cérebro manda as glândulas suprarrenais produzirem adrenalina sendo liberada para elevar o seu sentido de vigília e assim lhe deixar mais preparado para reação e enfrentar uma situação inesperada ou perigosa.
O problema é que muitas emoções que ficam programadas em nosso límbico não refletem a realidade. Da mesma forma que acontece com o reptiliano, devemos racionalizar muitos sentimentos. As emoções são enganosas e por isso não devemos tomar decisões importantes em nossas vidas baseadas nas emoções.
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